Lançada em 2011 como Tivli pelos estudantes Tuan Ho e Nicholas Krasney (foto), plataforma ganha outro nome e promete reformular o conceito de TV ao vivo. Serviço pode competir com Netflix, Hulu, Apple e outros
As mentes brilhantes e as ideias geniais que nascem na Universidade Harvard, nos EUA, costumam surpreender o mundo e em alguns casos mudá-lo. Essa foi a premissa da história do Facebook, quando em 2004 Mark Zuckerberg e outros estudantes fundaram a rede social.
Agora, cerca de 10 anos depois do Facebook, outro projeto nasce dentro da universidade e está sendo cotado pela imprensa especializada norte-americana como a próxima grande revolução da TV ao vivo. A história dessa startup começou há dois anos, quando os estudantes Nicholas Krasney e Tuan Ho revelaram o projeto intitulado Tivli. Na prática, a ferramenta permitiria aos alunos da universidade assistir TV ao vivo em seus laptops a partir do acesso à internet e um endereço de e-mail da faculdade.
No dia 1º de maio daquele ano o Tivli foi lançado com seis canais. Instantaneamente, se tornou viral, sendo que 25% dos estudantes de Harvard se conectaram à novidade. Desde então, a unidade de pesquisa da universidade, a Harvard iLab, arrecadou US$ 6,3 milhões com acordos de mídia como gigantes da indústria, como HBO e William Morris Endeavor ( WME ).
O projeto expandiu-se para cerca de uma dúzia de outras universidades, como Yale e Universidade de Washington, onde os alunos passavam, em média, mais de duas horas por semana visualizando a programação . Em Harvard, o serviço computava 90% de adoção.
O sucesso se expandiu. Até que, neste ano, a empresa foi rebatizada como Philo, uma aparente referência à televisão pioneira norte-americana Philo Farnsworth, um sinal de ambição dos fundadores.
Grandes ambições
Nos tempos de hoje, em que Apple e Google estão tentando redefinir o consumo de programação, e serviços como Netflix desenvolvem novas estruturas para distribuição de conteúdo, o Philo pretende provar que o trabalho com os canais tradicionais da indústria televisa é uma alternativa viável para os novos hábitos dos usuários.
Com isso, embora o processo de parcerias tenha um ritmo mais lento, a startup está crescendo rápido. Segundo, o CEO e fundador do Philo, Christopher Thorpe, a adoção de Philo em Harvard foi realmente mais rápida do que o Facebook, e “isso permite traçar planos em grande escala”, enfatizou em entrevista recente à Fast Company.
Pense no Philo como se fosse televisão. A única diferença é que em vez de pegar o controle remoto, você controlar a programação via website: o Philo.com. O que aparece em seu laptop é exatamente o que você vê em sua tela plana, seja a programação da NBC ou HBO, ou streamings ao vivo. Com o serviço, não há necessidade de um sintonizador de TV ou outro hardware periférico.
Em atualização
O único problema do Philo, por enquanto, é que você precisa ser um estudante universitário com acesso a internet do campus. Entretanto, assim como o Facebook conseguiu transpassar as barreiras das universidades, o Philo também deve crescer.
O diferencial do Philo é que ele simplifica a experiência dos usuários. Os alunos não precisam se preocupar em ter um dispositivo de conexão, como em outros serviços. A ideia da empresa é que as universidades, ao invés de oferecer um pacote de TV por assinatura para o campus , ofereça o Philo como uma comodidade.
Outro ponto positivo, é que Philo descarrega a carga de streaming para seus próprios servidores. Com isso, a qualidade de banda larga do campus não é problema, como seria em um streaming Netflix, por exemplo.
Além disso, o Philo é um alívio para as universidades em termos de pirataria online. Vários estudantes de Harvard disseram que Game of Thrones , uma das séries de TV mais pirateadas na internet , é hoje um dos programas mais populares para assistir (legalmente) via Philo
As televisões tradicionais também podem comemorar se o serviço realmente vingar. A medida que as empresas de programação na web oferecem conteúdo de baixo custo como Hulu e Netflix, os canais televisivos perdem telespectadores. Com parcerias com o Philo, as TVs recuperariam essa audiência, pois o serviço é um complemento online da programação.
Possíveis problemas
Os críticos dizem que essas parcerias com TV podem fazer com que o Philo enfrente problemas. Segundo as críticas, estes tipos de acordos podem potencialmente trazer o legado negativo das emissoras para o serviço, como custos, taxas de subscrição excessivamente altas, e outros problemas presentes na TV tradicional.
Mas os fundadores do Philo argumentam que as empresas de televisão podem fornecer valor na distribuição, facilitando a oferta e variedade de conteúdos.
Próximos passos
O Philo agora busca financiamentos para contratar mais funcionários e expandir suas atividades. O serviço também quer expandir para dispositivos móveis em um futuro próximo.
Além disso, a equipe do Philo prevê levar o serviço além das universidades e implementa-lo em outras localidades, como bases militares , asilos, ou complexos de apartamentos.
No ano passado, CEO do Facebook, Mark Zuckerberg fez uma viagem para o iLab de Harvard . Enquanto percorriam o espaço, ele parou na exposição do Philo. Zuckerberg pareceu surpreso ao ver TV ao vivo direito de um iMac e teria dito: “Uau, isso é realmente muito legal “.
Fonte: Proxima